PIB brasileiro pode crescer a uma taxa de 2,5% nos próximos impulsionado pelos setores de mineração, infraestrutura e energia, avalia Joaquim Levy
O ex-ministro da Fazenda e diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra, Joaquim Levy destacou que impacto da transição energética terá no PIB do país será positivo. Levy citou projeção investimentos de cerca de R$ 2 trilhões em infraestrutura de energia e mineração, além da criação de 3 milhões de empregos nos próximos dez anos. Segundo ele, esses setores serão os motores para elevar a taxa de investimento em 20% do PIB até 2030.
“A transformação no setor mineral, impulsionada pela exploração de minerais críticos como lítio, cobre e níquel, deverá fortalecer a posição do Brasil como líder global na produção de insumos essenciais para a transição energética”, afirmou Levy.
Joaquim Levy fez uma palestra para executivos do setor de mineração e do mercado financeiro nesta terça-feira (5/10), durante o Invest Mining Sumit, realizado na B3, em Paulo. Ele abordou importantes questões econômicas globais, com foco no impacto dos juros nos Estados Unidos e as projeções para o Brasil. Ele citou ainda o papel crucial das políticas fiscais e monetárias na recuperação econômica e na sustentabilidade do crescimento. “Com legislação e regulação adequadas investimento estrangeiro virá”, disse.
Levy apresentou análises sobre a taxa de câmbio e da taxa Selic, que segundo, ele, desempenharão papéis chave na economia brasileira nos próximos anos, com a previsão de uma taxa Selic de 11,50% em 2024, caindo progressivamente até 8,50% em 2026. Esse declínio deve ser facilitado pelo cumprimento do arcabouço fiscal e ajustes em gastos específicos a partir de 2025. Com isso, espera-se um impacto positivo na dinâmica da dívida pública e no ambiente econômico.
Projeções e Desempenho Econômico
Levy ressaltou que, apesar de desafios econômicos e um cenário contracionista no curto prazo, a disciplina nos gastos públicos e o crescimento do PIB serão fundamentais para a trajetória positiva da economia. A previsão, segundo ele, é de que o PIB brasileiro cresça a uma taxa de 2,5% ao ano com uma política fiscal equilibrada e receitas adicionais geradas pelos investimentos em infraestrutura e setores como mineração e energia.
Transição Energética e Setor Mineral
Outro ponto relevante citado por Levy foi o impacto da transição energética no crescimento do PIB. Levy destacou que investimentos de cerca de R$ 2 trilhões em infraestrutura de energia e mineração, serão os motores para elevar a taxa de investimento a cerca de 20% do PIB até 2030. Ele avalia que a transformação no setor mineral, impulsionada pela exploração de minerais críticos como lítio, cobre e níquel, deverá fortalecer a posição do Brasil como líder global na produção de insumos essenciais para a transição energética.
Exportações e Investimentos no Setor Mineral
Levy comentou ainda dados das exportações minerais, com destaque para produtos como ferro, alumínio e cobre, que somaram US$ 62 bilhões em 2023. Além disso, investimentos significativos foram feitos para expandir a produção de minerais estratégicos, como o níquel (US$ 4,4 bilhões), cobre (US$ 6,8 bilhões) e terras raras (US$ 1,5 bilhão), minerais essenciais para atender a demanda global por tecnologia limpa.
Regulação e Competitividade
No âmbito regulatório, Levy enfatizou a importância de uma legislação adequada para apoiar a expansão do setor mineral, com foco em aspectos socioambientais que garantam a competitividade internacional dos produtos brasileiros. “A regulação eficaz poderá atrair investimentos estrangeiros e consolidar o Brasil como um dos principais fornecedores globais de minerais essenciais para a economia verde”, avalia o ex-ministro da Fazenda.
Joaquim Levy disse também que a coordenação entre a diplomacia brasileira e os planos estratégicos de grandes potências, como os EUA e a Europa, é fundamental para garantir o nearshoring e a industrialização dos produtos minerais brasileiros, abrindo novas oportunidades de mercado e de crescimento para o Brasil.
Levy concluiu afirmando que a agenda de investimentos em minerais voltados para transição energética será uma das principais alavancas para o desenvolvimento econômico brasileiro nos próximos anos.