Brasil vai retomar programa de levantamentos aerogeofisicos
Iniciativa do SGB visa colocar o país na vanguarda da geociência global, consolidando a infraestrutura de pesquisa mineral e ampliando as oportunidades de descobertas de depósitos estratégicos.
É preciso olhar mais fundo para ir mais longe. Esse é o slogan do Deep Earth Exploration Program of Brazil, que promete só promete revolucionar a exploração mineral no Brasil, mas também posicionar o país como líder em iniciativas de exploração profunda. A inciativa do Serviço Geológico do Brasil SGB) que reforça a importância da ciência geológica como alicerce para o desenvolvimento sustentável e econômico foi apresentada nesta terça-feira (19/11), durante Webinar promovido pela Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), que contou com a participação de profissionais e empresas que atuam no setor mineral brasileiro.
Iago Costa, Chefe da Divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica do SGB, apresentou detalhes do programa, que surge como um marco na expansão do conhecimento geológico e mineral no Brasil. Inspirado em benchmarks globais como os programas EarthScope (EUA), SinoProbe (China) e Exploring for the Future (Austrália), o DEEP Brazil busca aprimorar a compreensão dos processos de formação de depósitos minerais e aumentar descobertas no território nacional. O Webinar teve ainda Gustavo Campos Marques, Diretor de Exploração da Lundin Mining como debatedor.
Costa disse que o programa representa a retomada dos levantamentos aerogeofisicos no país pelo SGB, que projeta um investimento robusto, na retomada dos levantamentos aerogeofísicos, que cobrirão cerca de 1 milhão de quilômetros lineares, e a ampliação da cobertura de dados gravimétricos e sismográficos, especialmente na Amazônia, uma região com apenas 2% de cobertura gravimétrica.
Entre as principais ações planejadas estão:
Aerogeofísica: Finalizar a cobertura por magnetometria e gamaespectrometria no embasamento pré-cambriano e bacias sedimentares, utilizando novos métodos de gravimetria.
Gravimetria (GravBrasil: Expandir a rede de estações gravimétricas para cobrir áreas críticas como o Cráton Amazônico, com espaçamento médio de 10 km, alcançando 1.500 novas estações até 2025.
Sismologia (SismoBrasil): Ampliar a rede sismográfica do país, com espaçamento de 200 km em novas estações permanentes e temporárias.
Costa avalia que o amplo entendimento das etapas de formação de um depósito mineral irá aumentar consideravelmente a eficácia de novas descobertas no Brasil. Segundo ele, o programa DEEP Brazil representará um marco na disponibilidade de dados geofísicos sistemáticos para a pesquisa mineral. No entanto, destacou que é preciso enfrentar grandes desafios, especialmente na região amazônica. Para isso citou a importância da colaboração com governos estaduais, instituições nacionais e internacionais para o sucesso do programa, que tem previsão de ser iniciado já em 2025.