Participação do Brasil no PDAC foi organizada pela ADIMB e contou com delegação de executivos de empresas, representantes do governo e profissionais que atuam no setor mineral brasileiro.

O setor mineral brasileiro tem buscado alternativas para viabilizar projetos promissores, especialmente os voltados para minerais essenciais à transição energética.  O acesso a capital para projetos de minerais críticos mostra a necessidade de um ecossistema financeiro sólido e inovador para impulsionar o setor, e garantir que o país aproveite seu potencial mineral e se torne um player estratégico no cenário global.

Esse foi um dos temas durante o Brazilian Mining Day, realizado no PDAC organizado pela ADIMB, que conduziu as discussões sobre estratégias para viabilizar o financiamento de projetos minerais no Brasil, com foco nos minerais críticos essenciais para a transição energética e o desenvolvimento sustentável.

Em um dos painéis, Luís Maurício Azevedo, presidente do Conselho da ABPM destacou que no cenário da transição energética é fundamental que o país desenvolva fontes de financiamento para atrair investidores e viabilizar projetos de minerais críticos no país. “A melhoria do ambiente de negócios mais favorável ao mercado de capital é essencial para que empresas juniores de mineração possam viabilizar os seus projetos”, disse Azevedo.

O Secretário de Mineração do Ministérios de Minas e Energia, Vitor Saback, relatou iniciativas de governo para fortalecer o setor mineral, particularmente, com relação a proposta de criação das debentures incentivadas, medida que hoje é objeto de consulta pública.

Miguel Nery, consultor da ABPM e coordenador da Rede Colaborativa Invest Mining, explicou que a Rede foi criada em 2021, e que realizado ações para a melhoria do ambiente de negócios da mineração brasileira que estimulem a promoção do financiamento do setor mineral no Brasil, atraindo investimentos e fomentando o crescimento do setor.

A Invest Mining tem buscado aproximar projetos minerais a agentes financiadores, disseminando a cultura de investimentos no setor, e colaborando na formulação de políticas públicas que facultem o acesso a crédito e outras fontes de financiamento.  Segundo Nery, o avanço na consolidação do mercado de capitais para mineração culminou na realização do Invest Mining Summit 2024, em São Paulo, evento que aproximou o mercado financeiro do setor mineral. A rede conta com a participação de entidades empresariais como ABPM, COMIN/CNI, ADIMB e IBRAM, além da B3 e instituições financeiras como o BNDES e a ANM.

Alfredo Santana, COO daVale Base Metals revelou as perspectivas da mineradora sobre a importância dos minerais críticos no cenário global e como a empresa está se posicionando para atender à demanda crescente, destacando desafios e oportunidades para novos investimentos no setor.

Fernando de Andrade Mota – Superintendente de Desenvolvimento de Mercado da B3
abordou as iniciativas da Bolsa para facilitar o acesso ao capital por empresas de mineração, destacando a parceria com a Bolsa de Valores de Toronto (TSX) por meio de um Memorando de Entendimentos assinado em novembro de 2024. Segundo ele, todos esforços tem sido dispendidos para criar um segmento voltado às junior companies no Brasil, de forma a tornar o setor mais atrativo para investidores. Esse modelo, já consolidado no Canadá e Austrália, pode ser replicado no Brasil para impulsionar a captação de recursos

O Memorando de Entendimento entre B3 e TSX representa um passo crucial para a adoção de práticas de listagem validadas internacionalmente, contribuindo para a estruturação do mercado de capitais mineral no Brasil. A expectativa é que o país se torne um hub de investimentos em mineração, especialmente para minerais críticos no contexto da transição energética.

Já Ricardo Fonseca – Prisma Capital explicou o papel dos fundos de investimento no financiamento da mineração, apresentando modelos bem-sucedidos de captação de recursos e estratégias para reduzir riscos e atrair capital privado para o setor.