BHP que reduzir em 30% as emissões de carbono até 2030 e zerá-las até 2050, afirma CEO da companhia

Segundo Emir Callufnão há mais espaço para uma mineração que não atua junto à sociedade, que não inclua as comunidades e os governos, para encontrar as melhores soluções.

O futuro da mineração global e seu papel crucial na transição energética foram os temas

centrais da participação de Emir Calluf, CEO da BHP, no 2º Invest Mining 2025, realizado ontem (22/10) em São Paulo. Em um painel de abertura focado na “Mineração na transição energética”, o executivo enfatizou a necessidade de “investimentos pesados” e uma mudança de paradigma na atuação do setor.

Calluf destacou que a tendência de descarbonização global irá gerar uma demanda massiva por energia, o que, por sua vez, impulsionará a procura por minerais críticos, como cobre, minério de ferro e potássio. “Como suprir isso? Teremos que estar preparados, com investimentos pesados, não só na infra energética, mas nos minerais que a suportam,” afirmou o CEO.

O executivo da BHP citou o cobre como um exemplo de mineral sob pressão. Estimando que a demanda pelo metal – essencial para baterias de carros elétricos, painéis solares, usinas eólicas e, crescentemente, data centers de Inteligência Artificial – irá dobrar até 2050, Calluf levantou o desafio: “Como entregar essa oferta?”. Ele ressaltou que a tarefa é complexa, dada a escassez de água, a complexidade dos licenciamentos ambientais e a tendência de teores cada vez menores nas novas descobertas.

Estratégia e Sustentabilidade

Ele detalhou a estratégia da BHP, que mantém o minério de ferro como um pilar importante, reconhecendo o Brasil como um “campeão mundial” em qualidade e quantidade. No entanto, o foco em sustentabilidade foi o ponto de maior destaque.

De acordo com ele, a BHP possui metas claras de sustentabilidade, visando reduzir em 30% as emissões de carbono até 2030 e zerá-las até 2050. O CEO sublinhou que, em um mercado onde a produção de minério de ferro e carvão para siderurgia é responsável por 7% a 9% das emissões globais de gases de efeito estufa, toda a indústria precisa trabalhar em conjunto para mitigar esses impactos.

Outro ponto de investimento estratégico é o potássio, fundamental para a segurança alimentar. Calluf mencionou o investimento de US$ 10 milhões em uma das maiores minas de potássio do mundo no Canadá, que utilizará tecnologia de última geração para consumir 60% menos água que as minas tradicionais.

Benefício para todos

Na conclusão de sua fala, o CEO da BHP foi categórico ao defender um novo modelo de atuação para o setor. Ele afirmou que a mineração é um setor de longo prazo, citando o trabalho da BHP em descarbonização ao longo da última década.

“Não há mais espaço para uma mineração que não atua junto à sociedade, que não inclua as comunidades e os governos, para encontrar as melhores soluções possíveis para a sociedade. A mineração tem que ser uma atividade que beneficia a todos,” concluiu Emir Calluf.

A mensagem final do CEO da BHP no Invest Mining 2025 é um chamado à responsabilidade e à inovação, posicionando a mineração não apenas como extratora de recursos, mas como um agente estratégico e sustentável para o futuro energético global.

O tema central da segunda edição do evento destacou “A importância econômica da mineração no cenário de transição energética”. A programação do evento contemplou uma série de painéis que abordaram o desenvolvimento das cadeias de minerais críticos no país, os projetos estratégicos em andamento, os desafios para implantação de empreendimentos e os mecanismos disponíveis de financiamento voltados ao setor mineral. Também serão debatidas soluções para alavancar o papel do Brasil na produção e fornecimento de minerais essenciais à nova economia de baixo carbono.

O Invest Mining Summit 2025 tem o patrocínio de empresas e entidades de destaque no cenário mineral e financeiro, entre elas: BHP, Itaú BBA, Vale, Geosol, Frontera Minerals, Meteoric Resources, Alvarez & Marsal, Lefosse Advogados, MGLIT, GE21 Consultoria Mineral, Ígnea Geologia e Meio Ambiente, Ore Mining Investments, Viridis, Mining Minerals, Tozzini Freire Advogados, XP Investimentos e Prisma Capital.

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