Faria Lima de olho em projetos de mineração no Brasil

Analistas do mercado financeiro marcaram presença no Simpósio Brasileiro de Exploração Mineral, em Ouro Preto.  Eles participaram de encontro promovido pela Rede Invest Mining durante o evento para conhecerem de perto o ecossistema da mineração no país.  Miguel Nery, coordenador d Invest Mining disse que a rede mapeou 20  projetos  de  mineração tocados  por  juniors  companies   que atendem aos critérios para listagem em bolsa para dar segurança ao investidor no mercado de venture capital.

“Diferentemente de uma bolsa de valores normal em que as empresas operacionais valorizam suas ações a partir do bom desempenho de seu fluxo de caixa e de seus balanços contábeis, a bolsa de venture se caracteriza pela valorização das ações de empresas não operacionais – juniores companies – a partir do sucesso evolutivo do trabalho visando a descoberta da jazida pesquisada. E essa modalidade que há em países como Austrália e Canadá, ainda não existe no Brasil,” explicou Nery.

Faria Lima  procura bons projetos para investir

Para Ricardo Fonseca, da Genial Investimentos, a transição energética despertou o interesse do mercado financeiro, que quer entender como investir em empresas pré-operacionais na bolsa. “O investidor não sabe avaliar tecnicamente projetos de mineração e precisa de profissionais para orientá-lo,” disse. Segundo Fonseca, o mercado precisa de informações sobre projetos minerais que tenham a viabilidade para capitar recursos.

“O setor é pujante por causa da transição energética, mas o investidor se pergunta:  como que eu posso estar participando dessa transição energética?  Porque sabe que o Brasil tem potencial geológico fantástico para todos os tipos de minerais. Mas a pergunta é o seguinte: como eu faço esse investimento? De uma maneira segura, de uma maneira organizada, de uma maneira que me dê essa equação de risco e retorno equilibrado?”  ponderou Fonseca.

Fonseca avalia que existem excelentes oportunidades de investimentos em bons projetos e recursos disponíveis no mercado.  “O que precisa é o meio de campo para trazer essa mensagem de bons projetos para encontrar esse dinheiro no meio do caminho, “disse Fonseca.

prgfh__Desafio é criar uma   cultura de investimento em empresas pré-operacionais  

Leonardo Resende, superintendente da B3, destacou que a bolsa tem buscado soluções para viabilizar mercado de venture capital no Brasil junto com a CVM, mas reconheceu que o desafio é fazer o valuation das empresas que desejam se listar.  “Estamos descobrindo juntos como viabilizar esse mercado no Brasil,” disse Resende, acrescentando que o papel da B3 é facilitar a conexão entre companhias e investidores.

Resende avalia que o desafio está em apresentar ao mercado brasileiro um novo modelo de investimento, pois o perfil de mercado que o investidor busca envolve dividendos, lucros calculados e mensurados, e empresas que dão conforto ao mercado sobre suas operações.

Pedro Dias, gerente de mineração e transformação mineral do BNDES disse que o encontro possibilitou fazer uma discussão técnica, que de fato, são essenciais para desenvolver mercado de venture capital no Brasil.

“Com a agenda de transição energética cada vez mais forte, o Brasil se coloca com player potencial de oferta de ativos de classe mundial em praticamente todos os minerais de maior demanda nesse cenário, e nós precisamos desenvolver essas oportunidades. E isso se faz com o capital, com o capital que esteja disposto a participar do risco dessas operações e são esses mecanismos que a gente está buscando desenvolver, afirmou Dias.

Segurança aos investidores

José Ricardo Pisani, presidente da Comissão Brasileira de Recursos e Reservas (CBRR), destacou o papel do PQR no mercado de capitais, segundo ele, é o profissional qualificado para trazer segurança para investidores que não estão habituado a investir em mineração no Brasil. Ele explicou que a CBRR tem feito um esforço para registrar os profissionais dentro de padrões internacionais, dando conforto aos investidores, segurança e confiança. “Esse ecossistema precisa de profissionais qualificados para dar segurança aos bancos e investidores,” frisou.

20 empresas preenchem os requisitos para listagem em bolsa 

Miguel Nery destacou, ainda, que a Invest Mining contabiliza pelo menos 20 empresas, que atendem aos critérios para listagem   em bolsa, como risco geológico superado e listadas em outras bolsas, podendo assim fazer um dual list. “Essa é uma exigência que se está discutindo para que sejam listadas aqui projetos para dar segurança ao investidor”, afirmou Nery.

A rede Invest Mining é uma rede colaborativa, formada por entidades privadas e pelo instituições do setor público, que desenvolve ações para melhorar o ambiente de negócios da mineração no país.

“O foco da rede no momento é atrair investidores para esse mercado no Brasil, por meio de uma Bolsa Venture Capital dirigida para a mineração,” destaca Nery.

Durante o workshop foram apresentados três cases de sucesso de empresas listadas em nas bolsas do Canadá e Austrália, que atuam no Brasil, como Líthium Ionic, Bravo Mining e Ero Copper.

 

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