Bolsa pode ser opção para pequenas mineradoras

A bolsa de valores brasileira B3 acredita no potencial de captação de recursos no mercado de capitais por parte de mineradoras e também de empresas de pesquisa mineral de pequeno e médio portes.
O assunto foi debatido em live no e-mineração, evento virtual promovido pelo Ibram e que foi encerrado ontem.
O tema ganha importância porque em março passado, o Ibram assinou um Memorando de Entendimento (MOU) com a TSX/TSXV para estabelecer um relacionamento colaborativo destinado a aumentar o investimento no setor de mineração brasileiro nos próximos anos.
As duas partes esperam que o MOU abra perspectivas para a expansão da pesquisa geológica, exploração e desenvolvimento de projetos de mineração no Brasil. O envolvimento da B3 neste projeto irá acelerar essas tratativas, acredita o Ibram.
Segundo os dois representantes das bolsas de valores que participara do evento, o diretor da B3, Rogério Santanta, e o diretor para a América do Sul da TSX/TSXV, Guillaume Légaré, um dos desafios importantes a serem superados para agilizar o processo de listar empresas menores do setor mineral nas bolsas é o arcabouço regulatório brasileiro – que precisa de atualizações e ajustes –, bem como a integração desse conjunto de regras com as vigentes no Canadá.
Rogério Santana avalia inicialmente que pode ser necessário partir para a criação de “um arcabouço regulatório específico para o setor de mineração no Brasil” de modo a atender às expectativas pela abertura do capital das empresas menores. É possível listar empresa pré-operacionais na B3, ou seja, empresas que têm projetos a serem implantados, mas há toda uma tramitação e custos que podem ser complicadores para empresas de menor porte, informa.
O diretor da B3 afirma que “o Ibram terá papel fundamental” no processo de criar e desenvolver um ecossistema de captação de recursos para o setor, apoiado pela expertise de décadas da TSX/TSXV, o que poderá encurtar o prazo para efetivar esse instrumento de financiamento das operações minerais no Brasil com segurança para o investidor, seja estrangeiro ou brasileiro.
“O Brasil é um mercado voltado à mineração e o ecossistema está se desenvolvendo no país para financiar o setor”, diz Guillaume. “Para se promover oportunidades no Brasil tem um ponto crítico a ser levado em conta, que é a questão regulatória”, alerta. Sobre a parceria com a B3 e o Ibram ele acredita que “vale a pena trabalharmos juntos” para dinamizar este sistema de financiamento das operações minerais no Brasil.
Regulamentação – “No Brasil falta regulamentação e incentivos adequados para que as juniors companies possam se desenvolver. É um tema discutido há vários anos no país. Estamos abertos para trabalhar juntos e mesmo com a pandemia não podemos perder tempo. Acredito que com boa vontade e trabalho conjunto, Ibram, B3 e TMX conseguirão supera-los”, diz o presidente do Conselho Diretor do instituto, Wilson Brumer.
O presidente do Conselho da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral (ABPM),Elmer Salomão concorda. “Para montar processo de capitalização no Brasil a partir de bolsa tem que ter incentivo, senão o investidor não irá ao mercado em razão do risco da operação”, diz. Segundo ele, não basta a pequena mineradora apresentar uma boa equipe e um bom projeto.
Fonte: Diário do Comércio
https://diariodocomercio.com.br/economia/bolsa-pode-ser-opcao-para-pequenas-mineradoras/