Brasil lança ferramenta para estudos geofísicos; conheça o Mapa Gravimétrico

O Serviço Geológico do Brasil (SGB) desenvolveu recentemente, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), um novo mapa gravimétrico do País, considerado essencial para estudos geofísicos, que revelam variações de densidade na subsuperfície terrestre e que, por sua vez, podem apontar a presença de materiais como minerais metálicos ou sedimentos.

Conforme a empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), a ferramenta traz diversos benefícios para os estados brasileiros, principalmente aqueles ricos em recursos minerais, como é o caso de Minas Gerais, Pará, Goiás e Bahia. Isso porque a detecção de anomalias gravimétricas auxilia na pesquisa de depósitos minerais como ouro, ferro e níquel.

Ainda que em escala local os dados gravimétricos possam ser utilizados em projetos de mineração, a criação do mapa é analisada por especialistas como insuficiente para que, de fato, o verdadeiro potencial mineral do Brasil seja revelado e investimentos sejam atraídos.

Para o CEO da Alger Consultoria Socioambiental, Germano Vieira, a ferramenta contribuirá com as empresas, contudo, é um método indireto de conhecimento que precisa ser combinado a outras estratégias, como uma intensificação do mapeamento geológico em escala mais precisa.

“Conhecer o território é uma questão de soberania e, portanto, é necessário que haja uma priorização do poder público sobre esse trabalho, para que as informações estratégicas do território nacional e suas potencialidades não fiquem apenas nas mãos de grupos econômicos que podem ter interesses ora harmônicos, ora antagônicos aos interesses brasileiros”, ressalta.

Brasil precisa, além de mapeamentos, reforçar iniciativas que atraiam o setor privado

Na avaliação do presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM), Luis Mauricio Ferraiuoli Azevedo, não há dúvidas de que o mapa gravimétrico será importante para as companhias, porém, por se tratar de uma ferramenta de informação indireta, ela apenas aponta a potencialidade mineral, ou seja, não é capaz de definir jazidas, indicando se naquele local existe ou não minério para ser extraído.

Segundo o executivo, mapeamentos gravimétricos, métodos geofísicos e análises químicas do País são informações relevantes para atrair empresas que vão fazer as descobertas minerais, mas, é necessário que, juntamente com esses elementos, existam outras iniciativas que atraiam o setor privado.

“Facilidade de licenciamento, segurança jurídica, acesso a fontes de energia e uma logística eficiente. É isso que o Brasil, na verdade, está precisando reforçar”, sublinha.

“São pontos que consideramos essenciais e que passam não só pelo governo, mas também pelo Congresso. Quando criamos um imposto seletivo e colocamos a mineração, transmitimos uma informação ao investidor externo de que não necessariamente colocamos o desenvolvimento em minerais críticos como prioridade, uma vez que isso cria uma barreira de entrada. A maioria dos países está fazendo o contrário, ou seja, está desonerando essa cadeia”, reitera.

Trabalho para aumentar o conhecimento de depósitos em profundidade

Para o diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Julio Nery, o novo mapa gravimétrico elaborado pelo Serviço Geológico Brasileiro é uma ferramenta importante para potencializar o aumento do conhecimento geológico no Brasil, algo desejado pela entidade. Conforme ele, o SGB está projetando iniciar, ainda neste ano, um trabalho de geofísica, justamente para elevar o conhecimento de depósitos em profundidade.

Fonte: Diário do Comércio
https://diariodocomercio.com.br/economia/brasil-lanca-mapa-gravimetrico-porem-ferramenta-e-insuficiente/

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